As baterias de celular viciam? Qual a forma certa de carregar?

Em Duração das baterias por André M. Coelho

Qualquer pessoa que tenha um smartphone, tablet, laptop ou mesmo um carro elétrico terá as baterias de lítio degradadas ao longo do tempo. Cada vez que você carregar e descarregar as baterias, elas perdem um pouco da capacidade de se recarregar. No dia a dia você realmente não vai notar, mas após um ano ou um pouco mais isso significa ser capaz de usar o seu telefone, tablet, ou carro por um período menor. Mas por que isso acontece?

Usar o celular enquanto carrega vicia a bateria com o tempo

O vício da bateria de tudo a ver com como íons em movimento através da bateria, e a alteração da estrutura física dos eletrodos.

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Em uma bateria de lítio íon, os íons de lítio movem-se do ânodo para o cátodo através de um eletrólito não aquoso. Ao fazê-lo, a estrutura física dos eletrodos é ligeiramente alterada em um nível atômico.

Enquanto os íons se movem através do ânodo ao descarregar, eles de desgastam de uma maneira não uniforme. Em uma comparação, é como um ferro que vai desgastando e ficando enferrujado com o tempo. Infelizmente, essas imperfeições são necessárias para a bateria funcionar, pois a produção de energia pela bateria depende delas. É como um grão de areia que é necessário para formar uma pérola. Tanto cátodo quanto o ânodo sofrem com esse efeito.

Ao mesmo tempo em que as reações vão acontecendo, vai se formando uma espécie de sal, que atua como um isolante e impede que a bateria se carregue por completo.

Carregamento de bateria

Toda bateria pode ficar viciada, mesmo com cuidados no uso. Mas é importante ter hábitos mais saudáveis no carregamento das baterias para evitar problemas. (Foto: CTEK Battery)

Como não viciar o celular?

Toda bateria vai viciar em algum momento. Você pode postergar esse momento com alguns cuidados de manutenção simples, e tirando da cabeça alguns mitos sobre baterias que ainda persistem nos dias de hoje.

Tirar o celular do carregador antes de terminar vicia, dependendo da situação: baterias de lítio-íon precisam ser carregadas durante o dia, várias vezes, ao invés de um só carregamento que leve a bateria a 100%. Deve também se evitar deixar a bateria chegar no 0%, tentando sempre mantê-la acima de 50%. Tente não deixar a bateria ficar abaixo de 20%, e carregue cerca de 40% da bateria por vez (de 50% para 90% ou 40% para 80%). Evite cargas longas, ou você poderá prejudicar a vida útil da bateria,

Faça um ciclo completo da bateria mensalmente: isso significa deixar a bateria zerar e carregar até 100%, uma vez por mês.

Deixar o celular carregando a noite toda vicia: não, assim como não vicia usar o celular enquanto ele carrega. As baterias são inteligentes o suficiente para parar de carregar quando chegam ao seu limite de carga. O único cuidado aqui é deixar o celular em um lugar ventilado, e sem a capinha, para evitar o superaquecimento.

Cuidado com altas temperaturas: baterias não lidam bem com altas temperaturas. Pode ser o sol, fornos, fogões, seu bolso em um dia de verão, todas essas situações contribuem para reduzir a vida útil da bateria. Mantenha seu celular afastado dessas fontes de calor, como no interior de uma bolsa ou mochila feita de materiais isolantes térmicos, e você ficará ok.

Mexer no celular enquanto carrega é perigoso? Apenas se você estiver usando um carregador impróprio para o dispositivo, como um carregador de terceiros, falsificado, ou sem a amperagem correta para o smartphone. Isso pode até danificar a bateria permanentemente, ou causar explosões. Use o carregador que veio com o seu aparelho.

Sempre mantenha a bateria em torno de 50% de carga: isso mesmo quando você não estiver usando o aparelho, ou você corre o risco de viciar a bateria.

Você já pratica essas ações para estender a vida útil da bateria do seu dispositivo? Quais outras ações você toma para prolongar a vida da bateria do seu aparelho?

Sobre o autor

Autor André M. Coelho

Quando André entrou na faculdade em 2004, notebooks eram ainda muito caros. Para anotar as informações, buscou opções, encontrando no Palm Zire 72 um aparelho para ajudá-lo a registrar informações das aulas. Depois, trocou por um modelo de celular com teclado, Qtek quando o 2G e o 3G ainda engatinhavam no Brasil. Usou o conhecimento adquirido na pesquisa de diferentes modelos para prestar consultoria em tecnologia a diversas empresas que se adaptavam para o mundo digital. André passou ainda por um Samsung Omnia, um Galaxy Note II, e hoje continua um entusiasta de smartphones, compartilhando neste site tudo que aprendeu.

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