Por que evitar comprar a primeira geração de um smartphone?

Em Comparação de smartphones e celulares por André M. Coelho

Sabemos que o lançamento de um novo smartphone deixa todos nós ansiosos para obter o novo item. Isso aconteceu comigo com o Galaxy Note I, um smartphone que achava ideal para a compra. Muitos amigos compraram a primeira geração do iPhone por conta de toda a propaganda em cima do aparelho. No meu caso, eu esperei saírem avaliações do aparelho, descobrindo muitas falhas que iriam prejudicar minha interação com o smartphone. Resolvi esperar e comprar o Galaxy Note II, que havia corrigido tais falhas. O Galaxy Note III veio, mas ainda não com muitos destaques ao meu ver para uma troca do meu Galaxy Note II. Irei esperar para o próximo lançamento e ver se teremos algum diferencial que valha a pena. Quanto aos meus amigos?

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A experiência de ser um “early adopter”

Meus amigos foram o que chamamos de “early adopters”. Eu já fui um. Em 2004, eu já tinha um Palm Zire 72 quando poucos sabiam o que eles eram ou para que serviam. Pouco depois, em meados de 2006, eu tive um HTC com teclado e Windows Mobile que já tinha 3G, sem sequer esperar que este 3G fosse chegar ao Brasil. Meados de 2010, comprei o primeiro celular com uma câmera HD (filma em 720p) o Samsung Omnia I8910.

Em todos estes casos, pude vivenciar muitas vantagens. Até hoje uso meu I8910 para tirar fotos. Fora isso, só consigo usá-lo como calculadora, relógio e alarme. O defeito? Ele vinha com o sistema operacional Symbian. Fui um “early adopter”, arrisquei. Não me arrependo, mas esperaria mais tempo em outra oportunidade. Com o Palm e o meu outro celular, vivenciei a falta de suporte aos aparelhos que existia naquela época. Nenhum deles teria qualquer utilidade hoje em dia, ao contrário de um aparelho Android que eu poderia fazer modificações em sua programação para outras utilidades.

Tudo mudou com o iPhone da Apple. E aí voltamos aos meus amigos.

A maioria dos usuários de produtos da Apple são “early adopters”. Para quem não sabe, estes são aqueles que comprar os lançamentos sem pestanejar. São aqueles que estarão na fila no primeiro dia de vendas. São aqueles que pagarão a mais pela exclusividade. E aqueles que irão viver com os defeitos de seus aparelhos.

Sim, com defeitos. Porque por mais que os produtos sejam testados, quando há a produção e o uso em massa, defeitos irão ocorrer. Como exemplo, podemos citar o caso da falha de recepção da antena do iPhone 4 ou problemas na placa mãe dos primeiros Galaxy SIII lançados. Lógico, em algumas semanas estes problemas serão sanados. Você poderá tirar onda com os amigos que tem um aparelho de última geração, como meus amigos fizeram. Alguns chegaram a pagar mais de R$2.000 em aparelhos da Apple em uma época onde smartphones nem tinham como serem usados no Brasil. Tudo pela exclusividade e pela experiência de ter algo que ninguém mais tinha.

Se tornando um early adopter

Um early adopter compra, além de novas tecnologias, status. Será que a dor de cabeça dos defeitos que aparecem valem o dinheiro? (Foto: www.slashgear.com)

Vale a pena ser um “early adopter”?

Meus amigos que compraram o iPhone na primeira geração tiveram dores de cabeça, assim como alguns clientes para os quais vendi aparelhos. Alguns tiveram problemas de série com o aparelho, outros problemas com o design, como o vidro que se quebra facilmente. O suporte da Apple para seus produtos no Brasil evoluiu muito, mas você pode imaginar como foi para meus amigos e clientes há alguns anos atrás.

Eu tive que aprender a me virar sozinho com meus aparelhos, já que não comprava no Brasil. Lia guias de consertos, reviews. Aprendi sobre os melhores aplicativos e hoje estudo até um pouco de programação para um futuro próximo programando para meus aparelhos. Vivenciei a criação dos ecossistemas, passei pelo processo ao ponto de aprender muito sobre a importância disso. E creio que a partir disso chegamos ao ponto crucial de ser um early adopter.

Você irá pagar mais caro. Você irá sofrer com falhas de engenharia do produto e poderá passar dores de cabeça constantes por isso. Porém, você terá uma experiência que poucos estão vivendo. Terá a oportunidade de aprender sobre as inovações antes que elas cheguem à mais aparelhos. Ultimamente, as melhores inovações tem vindo das câmeras, como a de 41 megapixels do Nokia 1020. Veremos mais coisas, mas não sem experimentar problemas nesse trajeto. O último iPhone “esticado” veio para tentar concorrer contra a Samsung, mas parece que a Apple ainda terá que melhorar seus lançamentos antes de se dizer dona da inovação novamente. Ela não pode mais depender dos “early adopters” para lançar seus produtos e obter lucros.

Se você quer viver a tecnologia, ser um early adopter é uma experiência excelente para “viver o futuro”. Você vai estar preparado para as inovações, conseguirá ter sempre uma novidade para os amigos. Por outro lado, pagará caro por isso e terá de viver com os defeitos de sua decisão.

Eu, já tendo passado pela experiência, prefiro esperar alguns meses após o lançamento de um produto para saber se vale ou não a pena a compra. Espero reviews saírem, promoções aparecerem e pessoas dando opiniões. Assim, tenho parte da experiência de um early adopter mas sem tantas dores de cabeça. De quebra, pago ainda mais barato.

E você? Onde prefere estar? Deixe sua opinião nos comentários abaixo e compartilhe também sua experiência!

Sobre o autor

Autor André M. Coelho

Quando André entrou na faculdade em 2004, notebooks eram ainda muito caros. Para anotar as informações, buscou opções, encontrando no Palm Zire 72 um aparelho para ajudá-lo a registrar informações das aulas. Depois, trocou por um modelo de celular com teclado, Qtek quando o 2G e o 3G ainda engatinhavam no Brasil. Usou o conhecimento adquirido na pesquisa de diferentes modelos para prestar consultoria em tecnologia a diversas empresas que se adaptavam para o mundo digital. André passou ainda por um Samsung Omnia, um Galaxy Note II, e hoje continua um entusiasta de smartphones, compartilhando neste site tudo que aprendeu.

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